Barómetro de Risco 2024: Risco cibernético é a principal ameaça para as empresas

Risco cibernético

Incidentes cibernéticos, como ataques de ransomware, violações de dados e perturbações informáticas são a maior preocupação das empresas em Portugal e a nível global em 2024, de acordo com o Barómetro de Risco Allianz.

O perigo intimamente interligado de Interrupção dos negócios está em segundo. As catástrofes naturais (de n.º 6 para n.º 3 em comparação com o ano anterior), Incêndio, explosão (de 9.º para 6.º) e Riscos políticos e violência (de 10.º para 8.º) são os maiores aumentos na última compilação dos principais riscos para as empresas a nível global, com base nas informações de mais de três mil profissionais de gestão do risco.

Em Portugal, os três principais riscos apontados foram, em primeiro lugar, os incidentes cibernéticos (crimes cibernéticos, malware/ramsomware que causam a paragem do sistema, violações de dados, multas e sanções). Por outro lado, a interrupção de negócio (perturbação da cadeia de abastecimento). E, finalmente, o último risco apontado foram os desenvolvimentos macroeconómicos (como a inflação, deflação, políticas monetárias, programas de austeridade).

Segundo Petros Papanikolaou, diretor executivo da Allianz Commercial, “os principais riscos e os que mais se destacam no Barómetro de Risco Allianz deste ano refletem as grandes questões que as empresas enfrentam atualmente em todo o mundo – digitalização, alterações climáticas e um ambiente geopolítico incerto. Muitos destes riscos já estão a ser sentidos, com condições meteorológicas extremas, ataques de ransomware e conflitos regionais que deverão testar ainda mais a resiliência das cadeias de abastecimento e dos modelos de negócio em 2024. Os mediadores e os clientes das seguradoras devem estar atentos e ajustar as suas coberturas de seguro em conformidade”.

Cibersegurança entre as principais preocupações

As grandes empresas, as empresas de média dimensão e as empresas mais pequenas estão unidas pelas mesmas preocupações em relação ao risco – todas elas estão preocupadas sobretudo com a cibersegurança, a interrupção da atividade e as catástrofes naturais. No entanto, o relatório refere que a discrepância da resiliência entre as grandes e as pequenas empresas está a aumentar, uma vez que a sensibilização para o risco entre as grandes organizações aumentou desde a pandemia, com um esforço notável para aumentar a resiliência.

Por outro lado, as empresas mais pequenas não dispõem frequentemente do tempo e dos recursos necessários para identificarem e se prepararem eficazmente para um leque mais vasto de cenários de risco e, consequentemente, demoram mais tempo a recuperar a atividade após um incidente inesperado.

Os incidentes cibernéticos (36% das respostas globais) são classificados como o risco mais importante a nível mundial pelo terceiro ano consecutivo – pela primeira vez com uma margem clara (5% pontos). É o principal risco em 17 países, incluindo Portugal, Austrália, França, Alemanha, Índia, Japão, Reino Unido e EUA.

In Vida Económica 19-01-2023 pg. 21